Blog com Borogodó

Leitores atuais que ficaram curiosos sobre o porquê do nome Blogorodó para este Blog de Crônicas, esta é para vocês:

Resolvi republicar uma Crônica que escrevi quando da sua criação, em 2007. Como já contei por aqui, houve um longo hiato entre aquele Blogorodó e este de hoje, mas o fino fio do Borogodó — e espero que concordem comigo — certamente os mantém unidos na sua razão de ser.

O Borogodó, esse misterioso tempero depositado nas relações pessoais e, por extensão, nas abordagens analíticas sobre diversas temáticas, continua sendo, para mim, um filtro essencial para olhar o mundo e expressar minhas ideias. Como co-participante, busco que tenha assento permanente um Cabra de Respeito, o senhor Humor, com sua devida presença em cada Crônica.

Acrescento, por fim, que tem havido uma simpatia continuamente manifestada por tal nominação por parte dos leitores do Blogorodó desde os tempos de sua criação, o que me faz acreditar que a escolha onomástica tenha sido acertada.

Feito este Intróito, apresento-lhes, em seguida, a Crônica sobre...


Ter Borogodó

Duvido que haja algum ser humano na face da terra que não gostaria de receber este elogio: você tem borogodó.

Pois bem! O que é afinal esse tal de borogodó? Será que é possível precisar o que é exatamente ter esse tempero que nos apetece, essa energia que nos faz estremecer, esse impulso que nos faz ficar de olhos grudados em alguém.

Vou dar a minha versão. Antes de tudo, uma premissa: borogodó não tem nada a ver com beleza física, riqueza material, condição econômica, idade, profissão e outros atributos afins. Não passa por esses caminhos que podem ser, até, adornos interessantes.

Ter borogodó é mais especial que tudo isso junto. É ter aquele olhar 43, que nos desgoverna, ainda quando a gente se considera a pessoinha mais gostosa e resolvida do pedaço.

Ter borogodó é saber dizer aquela palavra, aquela frase, com aquela pontuação certa, que percorre feito veneno bom nossa espinha dorsal, de maneira sutilmente perigosa.

Ter borogodó é ter o dom de exibir de maneira natural (porque verdadeira) a inteligência que possui, despretensiosamente, ainda que numa conversa banal. Mas é também demonstrar, na mesma dosagem, sem nenhum constrangimento, o desconhecimento de algum assunto, sem aparentar nenhuma obrigação de saber a respeito.

O hospedeiro do borogodó, minha gente, é aquela figura que sabe usar, de maneira elegante, o ponto de interrogação e o de exclamação. Ah! Este é um dos itens capitais dos borogodenses. Ainda quando nos desconcertam, eles o fazem com elegância, já que são de linhagem oposta àqueles que bisbilhotam a vida da gente ou arregalam os olhos com as histórias que costumamos contar sobre nossas vidas.

Enfim, o ser aborogodado é aquele que, por todas essas razões, é capaz de provocar uma fila de espera de desencantados com o amor, que tão somente o querem ter a seu lado para usufruírem do seu maravilhoso e intransferível... borogodó.



Comentários

  1. E será que a mesma pessoa pode ser considerada do reino dos borogodenses por uns e do reino dos bisbilhotenses por outros? Bem, eu sou dos que acham apropriadíssima a escolha do nome deste delicioso blog. Blogorodemo-nos!

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    1. Acho que não, porque ser borogodense é algo singular, ou se é ou não se tem chance de sê-lo porque é intrínseco ao ser que o possui. Ou seja, quem sabe o que é ser borogodense não o confunde com não sê-lo.

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